sexta-feira, 13 de março de 2015

Em busca da ponte perdida do Rio Parrado...

 
Um belo dia de nevoeiro, era mau prenúncio, mas pouco a pouco foi a visibilidade aumentando, e até o sol pôde participar desta actividade, com um travo diferente das outras. Hoje partimos com um objectivo bem traçado: encontrar uma velha ponte, perdida no meio de terra de ninguém numa encosta remota da Serra Amarela.
 
Alt.mínima:561
Alt. máxima: 970
Distância: 15,6 km
Duração: 6h35m

 
Desde 1972, altura em que a barragem alagou Vilarinho das Furnas, que os caminhos e estruturas da aldeia, ficaram submersos, ou de muito difícil acesso em alguns casos. Constatámos que certos caminhos à beira da linha de água, aparecem claramente defenidos, para desaparecerem por completo, nas belas águas do Rio Homem. Num destes caminhos a atravessar O Rio Parrado que aí se precipita na albufeira, pûde avistar os restos de uma ponte, numa zona arborizada e com muros guarda-rios, perto de um abrigo, naturalmente em ruínas. O caminho seguia do outro lado da ponte, completamente obstruído por giestas altas. Breve reconhecimento à frente, concluíu que seguir era desaconselhável, pelo menos por este dia.
 
Voltando ao iníçio desta bela história...
 
De acordo com pistas na posse do Rui Barbosa do blog Carris, começámos a andar até Porto de Vilarinho, com bastante nevoeiro e cruzando os lenhadores, que neste dia andavam a abater pinheiros. Falta saber se as ramadas acumuladas no caminho também serão retiradas...Começámos a subir em direcção a Toutas, onde os animais pastavam em abundância todos juntos, "burras", garranos e vacas. Era altura de derivar para a direita em direcção à bela região da Varziela e Garfe. Desde Toutas, o puro prazer de caminhar instalou-se por completo em mim. Uma zona vasta e sem grande dificuldade, permite o prazer de calcorrear, avistar, e descobrir; muito bom. Havia que descer, de acordo com as pistas, trazidas de casa, até quase à linha de água da albufeira, ou seja, baixar cerca de 400m de desnível desde os cerca de 970 até cerca de 561; baixar neste caso foi muito pacífico, com excepção à zona perto da cota mínima, onde o caminho de pé posto era agora, propriedade da flora, de giestas, silvas, tojo e ramos cruzados, que acrescentaram arranhões, e dificuldades próprias, de quem quer descobrir coisas "perdidas". A sensação era de estarmos pisar algo não pisado, à décadas. Ouvindo o cantar das águas do Rio Parrado, imediatamente se imaginou poder haver uma ponte que o cruzasse. Essa ponte lá estava, diferente do que imaginámos. O meu primeiro pensamento foi de ser uma conduta de águas livres, dado a estreiteza, mas logo se percebeu que era uma ponte, e atravessei. Sobre estruturas de suporte de ambos os lados das margens, feitas de tosca engenharia, mas aparentemente eficaz para ainda permanecer usável, uma longa pedra de granito pousada era a ponte. Como conseguiram colocá-la desafia a imaginação, o bloco é enorme. A montante, desde a ponte, muros de proteção às margens do rio permaneciam, musgados, e cobertos da vegetação implacável, e prova de que isto era agora um ermo abandonado à muito. Do lado sul perto da ponte e um pouco acima, uma construção já sem tecto era possível abrigo.
 
Ainda fui espreitar o lado norte, da zona, para constatar que sería tarefa monumental. Hoje não seguíamos à frente.
 
O regresso, foi muito duro, quem desce tem de subir, e até ao ponto de almoço, sobrançeiro a Porto de Viilarinho, com uma vista incrível, foi penar com a dura subida e zonas de progressão lenta. Chegámos a Vilarinho vindos da zona norte imediatamente acima.
 
Resumindo: um dia de serra como eu gosto...bem temperado.
 
Abraços montanheiros e votos de boas actividades em segurança a todos.
 

 























 

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