terça-feira, 14 de maio de 2019

TANTA SERRA...TANTA.

Portela de Leonte
Borrageiro 1430m
Borrageiro II 1359m
Pico do Sobreiro 1538m
Laje do Sino 1463m
Mata da Albergaria

36km
1912 desnível ascendente acumulado






Bom dia irmãos e irmãs de aventuras. Este dia foi logo à partida pelas altas temperaturas, um dia que teoricamente não seria favorável à práctica do montanhismo, o que, finda a actividade, mantenho como facto.

O contacto com a serra, o desafio físico e mental eram os objectivos. Estes 36km, que só por si não seriam nada de extraordinário considerando outras coisas que já fiz, escondem um nível de dificuldade acrescido pelo muito calor e pelo relevo de altitudes a conquistar (já nem falo no facto de estar sozinho) . Atenuante a mencionar, o facto de a serra estar repleta de água. Mas em abono da verdade, mesmo com água a cada 10m, no caminho, isso não ía resolver nada em face do calor e do índice 9 UV.

Logo à partida a seguir ao Vidoal, foi por muito pouco que não pisei uma enorme víbora de quase meio metro. Era o aviso de estava a entrar em terra brava e para manter os olhinhos bem abertos. Depois, antes da Fresa, o meu telemóvel apagou-se e a sensação de que estaria incontactável tornou-se preocupante dada a natureza dos objectivos, pelo que fui tentando resolver e felizmente consegui, uns km à frente, senão, possivelmente teria de abreviar a jornada. Infelizmente isso impediu a gravação do percurso em gps, mas sobrou o registo do relógio que também estava a gravar. 

Desde Leonte até ao Borrageiro, o ponto mais alto da região do Minho, foi cerca de uma hora. É dos altos mais acessíveis da serra.





Do Borrageiro não há fotos porque o telemóvel estava pifado.

Prosseguindo em direção ao curral da Lomba do Pau, e Curral do Conho, este, possivelmente um dos mais belos do Parque para mim. Até aqui foi sempre a andar. Agora ía começar a dureza.









Evitando os Prados da Messe, prossegui lado a lado com o Ribeiro do Porto das Vacas, antes do Curral da Pedra, até este derivar à direita para se tornar adiante o Rio da Touça. Desde esta encosta as vistas para o Vale das Fichinhas, Sombrosas e Porta Ruivas são absolutamente espectaculares. Depois para a Corga de Valongo, Corgo da Arrocela e Corgo das Mestras.













A seguir o segundo objectivo estava ali à mão, o outro Borrageiro 1359m. Era a primeira vez que o ía subir e visto a alguma distância parece fácil. Este cabeço tem duas metades, sendo a da esquerda(visto de norte) o cume por apenas 2m. Lá perto a história é diferente. Se quiserem subir logo de frente sugiro esquecerem. Tentei e quase consegui, pois faltou-me apenas um apoio de pé para chegar ao topo. Mas tive de desistir a bem da minha saúde.

O caminho fácil é contornar esta metade esquerda, pela direita e entrar por sul. As vistas são recompensadoras.










Depois segui para o Curral de Cocões do Concelinho onde descansei e almocei à sombra do belo vidoal e com a música da ribeira.








Continuando para as Lamas de Homem onde um autêntico pantanal me aguardava. 







Seguindo pelas Abrótegas e até aos Carris onde, logo à entrada derivei à esquerda tangencialmente ao complexo mineiro, para, por trás da represa começar a subida para o Pico do Sobreiro 1538m.










A subida não é muito difícil mas nota-se que é muito pouco usada. Caminhos antigos estão muito tapados.

Nesta altura o calor estava no auge e iria manter-se até ao fim. Seria a parte mais dura. 

A descida para a Portela da Amoreira é looonga. E depois, a Encosta do (MUITO) Sol, aguardava-me.

















Quem já a fez em tempo fresco, sabe que é dura, mas, com muito calor e no parte final de uma jornada já longa... não recomendo. Durante cerca de 9km não há uma árvore para dar sombra salvo já perto do fim, e uma infindável sucessão de subidas e descidas testa a capacidade física e mental de qualquer um aos limites. É para isso que cá estamos. 

Quando cheguei à estrada da Albergaria sabia que por hoje já estava bem, e era melhor ir direitinho para casa. Outros objectivos foram postos de lado. 


(Querida vamos ali tomar uma banhoca? Deixamos o carro aqui ao pé desta simpática placa de boas vindas...)

Se me perguntam se voltaria a repetir o estes objectivos nestas condições, a resposta é óbvia: não. 

Seja como for, está feito e sobra a nossa paixão comum por estar na serra, aprendendo sempre com humildade. 

Desejo a todos boas aventuras em segurança e que sejam felizes. 

Abraço 



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