Portela de Leonte
Borrageiro 1430m
Borrageiro II 1359m
Pico do Sobreiro 1538m
Laje do Sino 1463m
Mata da Albergaria
36km
1912 desnível ascendente acumulado
Bom dia irmãos e irmãs de aventuras. Este dia foi logo à partida pelas altas temperaturas, um dia que teoricamente não seria favorável à práctica do montanhismo, o que, finda a actividade, mantenho como facto.
O contacto com a serra, o desafio físico e mental eram os objectivos. Estes 36km, que só por si não seriam nada de extraordinário considerando outras coisas que já fiz, escondem um nível de dificuldade acrescido pelo muito calor e pelo relevo de altitudes a conquistar (já nem falo no facto de estar sozinho) . Atenuante a mencionar, o facto de a serra estar repleta de água. Mas em abono da verdade, mesmo com água a cada 10m, no caminho, isso não ía resolver nada em face do calor e do índice 9 UV.
Logo à partida a seguir ao Vidoal, foi por muito pouco que não pisei uma enorme víbora de quase meio metro. Era o aviso de estava a entrar em terra brava e para manter os olhinhos bem abertos. Depois, antes da Fresa, o meu telemóvel apagou-se e a sensação de que estaria incontactável tornou-se preocupante dada a natureza dos objectivos, pelo que fui tentando resolver e felizmente consegui, uns km à frente, senão, possivelmente teria de abreviar a jornada. Infelizmente isso impediu a gravação do percurso em gps, mas sobrou o registo do relógio que também estava a gravar.
Desde Leonte até ao Borrageiro, o ponto mais alto da região do Minho, foi cerca de uma hora. É dos altos mais acessíveis da serra.
Do Borrageiro não há fotos porque o telemóvel estava pifado.
Prosseguindo em direção ao curral da Lomba do Pau, e Curral do Conho, este, possivelmente um dos mais belos do Parque para mim. Até aqui foi sempre a andar. Agora ía começar a dureza.
Evitando os Prados da Messe, prossegui lado a lado com o Ribeiro do Porto das Vacas, antes do Curral da Pedra, até este derivar à direita para se tornar adiante o Rio da Touça. Desde esta encosta as vistas para o Vale das Fichinhas, Sombrosas e Porta Ruivas são absolutamente espectaculares. Depois para a Corga de Valongo, Corgo da Arrocela e Corgo das Mestras.
A seguir o segundo objectivo estava ali à mão, o outro Borrageiro 1359m. Era a primeira vez que o ía subir e visto a alguma distância parece fácil. Este cabeço tem duas metades, sendo a da esquerda(visto de norte) o cume por apenas 2m. Lá perto a história é diferente. Se quiserem subir logo de frente sugiro esquecerem. Tentei e quase consegui, pois faltou-me apenas um apoio de pé para chegar ao topo. Mas tive de desistir a bem da minha saúde.
O caminho fácil é contornar esta metade esquerda, pela direita e entrar por sul. As vistas são recompensadoras.
Depois segui para o Curral de Cocões do Concelinho onde descansei e almocei à sombra do belo vidoal e com a música da ribeira.
Continuando para as Lamas de Homem onde um autêntico pantanal me aguardava.
Seguindo pelas Abrótegas e até aos Carris onde, logo à entrada derivei à esquerda tangencialmente ao complexo mineiro, para, por trás da represa começar a subida para o Pico do Sobreiro 1538m.
A subida não é muito difícil mas nota-se que é muito pouco usada. Caminhos antigos estão muito tapados.
Nesta altura o calor estava no auge e iria manter-se até ao fim. Seria a parte mais dura.
A descida para a Portela da Amoreira é looonga. E depois, a Encosta do (MUITO) Sol, aguardava-me.
Quem já a fez em tempo fresco, sabe que é dura, mas, com muito calor e no parte final de uma jornada já longa... não recomendo. Durante cerca de 9km não há uma árvore para dar sombra salvo já perto do fim, e uma infindável sucessão de subidas e descidas testa a capacidade física e mental de qualquer um aos limites. É para isso que cá estamos.
Quando cheguei à estrada da Albergaria sabia que por hoje já estava bem, e era melhor ir direitinho para casa. Outros objectivos foram postos de lado.
(Querida vamos ali tomar uma banhoca? Deixamos o carro aqui ao pé desta simpática placa de boas vindas...)
Se me perguntam se voltaria a repetir o estes objectivos nestas condições, a resposta é óbvia: não.
Seja como for, está feito e sobra a nossa paixão comum por estar na serra, aprendendo sempre com humildade.
Desejo a todos boas aventuras em segurança e que sejam felizes.
Abraço
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