sábado, 5 de setembro de 2015

Parada de Outeiro - Pitões das Júnias - Juriz - Parada de Outeiro

Distância: 19,6 km
Duração: 7h
Dificuldade: média/alta, dado o caminho de volta não estar limpo.
Alt.Mínima: 744m
Alt. Máxima: 1113m
Avistamentos: corça, javalis, rapinas, víboras.


Um percurso potencialmente perto do perfeito, não fosse o regresso estar bastante tomado pelo mato.





Início na bela aldeia de Outeiro, sobranceira sobre a albufeira de Paradela, e com lameiros belíssimos e numerosos; as vistas para a serra são deslumbrantes.


O caminho faz-se por estradão, até entrar em zona arborizada e aí torna-se lajeado; muito bonito. Até Pitões das Júnias será sempre assim. Aqui e ali, um pouco de conversa com os locais. Maravilha.




Sobre a aldeia já sabem, é um miradouro priveligiado sobre a serra do Gerês e um conjunto de casario, típico do Barroso, onde as gentes que lá moram, resistem, na agrura e dureza do campo e do frio, à custa de uma conquistada fibra, difícil de observar nas terras baixas. Um lugar, à parte do nosso mundo.

 (antigo relógio de sol)

Daí se pode visitar a antiga aldeia de Juriz/Gerez. Escolhemos percorrer o lado direito do Ribeiro das Aveleiras.Algum mato depois, chegámos. Esta arruinada aldeia é agora, no meio de bosques de carvalhos e forrada a frondosos musgos, uma vaga lembrança, de que em outros tempos, havia necessidade de montar defesa. Nas cartas aparece o nome "Castelo". O ponto mais alto desta aldeia, fica no cimo de um alto penedo, onde uma pequena cruz, assinala a igreja de outrora. O penedo escavado no cimo, serviu para local de almoço. Um ponto de observação magnífico sobre o Porto da Laje e muito mais, e não propriamente fácil, de atingir. Uma corça descansava por aqui.

 Descrição retirada do site da CM Montalegre: A cerca de 1000 metros para Sudoeste da aldeia de Pitões das Júnias e camuflado por um denso carvalhal encontra-se o povoado abandonado de Gerez. Conservam-se vestígios de cerca de 40 casas de planta quadrangular, construídas com blocos graníticos, alguns toscamente aparelhados. Os arruamentos entre as casas estão também bem conservados, sendo que ainda mantêm o lajeado. O espaçamento entre as casas é de cerca de 3/4 metros, algumas conservam pouco mais de um metro de parede, mas consegue-se imaginar, sem grandes esforços a arquitectura desta aldeia. Os carvalhos vão invadindo, pouco a pouco o interior de cada casa, conferindo a este sítio uma beleza rara. É a aldeia Medieval de Sancti Vincencii de Gerez, referida nas Inquirições Afonsinas de 1258, cuja ocupação se terá desenvolvido durante a Idade Média até inícios da Idade Moderna. Situa-se na encosta do monte do Castelo, relativamente abrigada e rodeada de linhas de água. Relativamente ao abandono desta aldeia os motivos apontados, como a peste, não passam de meras especulações, pois não temos evidências que o possam comprovar. A poucos metros do povoado e junto à linha de água encontram-se abundantes restos de escória.






Acabado o almoço...iniciar o regresso. Pouco depois de passarmos as velhas ruínas do antigo castro(em cima). Um grupo de javalis, ou porcos selvagens, como lhe chamava uma senhora com quem falámos antes de almoço, fugia no meio dos fetos, com os seus grunhidos característicos. Espectacular.




A Ribeira das Aveleiras, o Ribeiro do Campesinho e o que vem da Corga do Tulha, conjugam-se para formar o Ribeiro do Beredo, ao longo do qual, viajamos de regresso.

Durante alguns km, o caminho do lado direito do Beredo é quase impraticável. Está lá, mas muito tapado. Foi possível avistar várias lagoas de muita qualidade, no entanto. No caminho, uma víbora cornuda e mais à frente uma preta. Cuidadinho com elas...

Após a zona de mato, perto dos Cabeços da Fumarada, é sempre limpo o caminho até retomar o estradão perto da ponte, que novamente nos devolve à margem esquerda. Agora vinha a visão da albufeira; muito bela a paisagem até à aldeia.


 (S.João da Fraga, uma presença constante durante quase todo o percurso)



Um dia óptimo para caminhar...como aliás quase todos os dias serão.

Abraços

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