Nada aqui de muito complicado. Treinar as pernas desde casa em Monte Córdova, até Vila do Conde, bordeando sempre que possível o Rio Ave, e evitando também sempre que possível a estrada nacional.
No total foram 32,7km sem nenhum desnível digno de referência. Apenas de relevar que os 6km médios por hora permitiram fazer o percurso em 5h30. Foi sempre a andar.
Quanto ao resto, infelizmente, só posso dizer que é com uma pena enorme, que constato o enorme potencial desperdiçado de uma região atravessada por este magnífico filho da Serra da Cabreira nascido a 1200m de altitude, agora irreconhecível, desde que a civilização e a permissividade dos governantes o permitem utilizar como saco do lixo.
O Ave em si, é um negro esgoto a céu aberto, um rio morto, mas não é apenas esse o problema. Aquilo que poderia ser uma envolvência muito agradável até à foz, está minada por uma série de problemas: desordenamento das estruturas habitacionais, concentração enorme de unidades fabris, eucaliptos a perder de vista, vacarias por todo o lado, e, onde vai parar a porcaria? Pois...
Ponte Românica da Lagoncinha
Tintas e vernizes a menos de 10m do rio...genial.
Não deixa de ser quase surreal que o esforço empenhado na criação do Parque das Azenhas pela autarquia da Trofa, redunde num belo passeio de 4 km, que tive o prazer triste de calcorrear neste dia.
Só quem nunca percorreu os cursos de água limpa e cheia de vida, pode olhar para esta fétida negridão com indiferença. Se isto é progresso, então prefiro o atraso.
É possível reverter isto, ou o mal está feito? Respondo que o mal está feito para pelo menos algumas gerações. Lastimável.
Água é vida...Não se mata um rio...
Abraços e boas caminhadas
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